segunda-feira, 9 de junho de 2014

Lixo na Baía de Guanabara

Uma das mais famosas bacias do Rio de Janeiro, é símbolo das frustrações com a preparação do Estado para a Olimpíada de 2016.
A Baía de Guanabara, situada entre o Pão de Açúcar e outros picos, deveria ser um dos cartões postais da Cidade, para os Jogos Olímpicos de Verão de 2016. Porém, ela se tornou o centro das reclamações que transformaram as águas poluídas do Rio no símbolo das frustrações para as Olimpíadas.
          Segundo o INEA a Baía de Guanabara recebe, em média por dia, 100 toneladas de lixo. Os pontos mais preocupantes, no que se refere aos Jogos Olímpicos, são a praia de Botafogo e a Marina da Glória, pontos de largada das provas de vela e onde a presença de coliformes fecais está acima dos níveis tolerados. Em dias de chuva, nesses locais o esgoto dos bairros adjacentes vaza diretamente para a baía, o que tem levantado preocupações a respeito da saúde dos atletas.

Os ambientalistas e velejadores têm alertado que será dificílimo limpar a raia olímpica no prazo estabelecido diante da situação atual, já que o lixo se acumula tanto nas águas quanto nas margens da baía. Mesmo assim, o local vai receber em agosto o primeiro evento-teste oficial dos Jogos.
O descarte e o destino do lixo são problemas que exigem ações e posicionamento do governo. Porém, não é possível nem viável deixar apenas nas mãos da administração pública a incumbência de encontrar soluções plausíveis para resolvê-los, a população também deve se manifestar e se conscientizar. A Prefeitura tem obrigação de implantar a coleta seletiva, incentivar cooperativas de catadores e de reciclagem, promover a educação ambiental, etc. Mas, não adianta a cidade ter um sistema eficiente de reciclagem de resíduos se cada indivíduo não fizer a sua parte. A mudança cultural e a conscientização são necessárias para que cada cidadão reflita e se coloque como parte do problema e também como parte da solução.
Alguns depoimentos sobre a Baía de Guanabara:
Nico Delle Karth, velejador austríaco se preparando para as Olimpíadas de Verão de 2016 declarou que a Baía de Guanabara era o lugar mais sujo no qual ele já havia treinado: “– Lixo de todo tipo surgia na superfície, de pneus de carros a colchões flutuando. A água fedia tanto a esgoto que tinha medo de colocar o pé para impulsionar meu barco na água”.
            — “Bem-vindo à lixeira que é o Rio”. —, declarou a equipe de iatismo alemã em uma avaliação tipicamente franca sobre a sede da regata olímpica.
          Brasileiros que também treinam na Baía concordam: — “Pode ficar bem nojento, com carcaças de cachorros em alguns locais e água marrom pela contaminação dos esgotos” — disse Thomas Low-Beer, de 24 anos, aspirante olímpico brasileiro que navega na baía.
— “O governo poderia empregar até aviões de carga para coletar o lixo da baía e ainda assim o problema não seria resolvido”. — relatou o biólogo Mario Moscatelli, complementando: — “A baía ainda seria uma latrina. É um insulto à população carioca dizer que ela estará limpa para as Olimpíadas”.
Lars Grael, de 50 anos ex-atleta do iatismo brasileiro, chamou a baía de: “turva, marrom e fedorenta”. O bicampeão Olímpico, ainda relatou que já havia se deparado quatro vezes com cadáveres humanos enquanto navegava na baía.
            Em suma, a despoluição da Baía de Guanabara é um projeto de longo prazo e que deve ser priorizado o quanto antes, pois quanto mais o tempo passar sem que nenhuma intervenção efetiva seja feita, mais degradada ficará a situação da Baía.

 Fontes:

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